Herança de meu pai

 

Percebo o instante que a sua falta me cala,

Mas me recuso a perpetuar como triste esta ocasião,

Quando tenho me apoiado com a sua bengala,

Pra caminhar positivo pela vida, em qualquer situação.

 

Na vida corriqueira, sempre jovem em seu paraíso

Mesmo com seus dissabores, que, por julgarem, reconhecia

Ergueu-se continuamente do tropeço, na esperança do sorriso

E por isso herdo, contrário à dor, sua mais terna honraria!

 

Com as recorrentes graças que incansavelmente pretendia

Castigar os costumes sérios, de maneira tão contente e intensa,

Minha saudade te acompanha e festeja de alegria,

À luz do seu exemplo: que a tristeza não convença!

 

No seu gentil e incondicional companheirismo, com todos comungado

Zombava até de si, a qualquer repreensão ou má investida,

Como sempre persistindo aos seus, excêntrico e animado,

Vem de berço minha felicidade, mesmo depois de sua partida!

 

Guilherme dos Anjos Nascimento