Não estamos sós.
Mãos trêmulas, magras, ansiosas,
buscam, com avidez,
receber um prato de comida.
Era a oferta generosa que corações bondosos
ofereciam a qualquer um que chegasse.
Era mais que sustento para o corpo;
era uma esperança para a alma.
Não! Não estamos sozinhos.
Estamos assustados sim,
temerosos e perdidos.
Mas não estamos sozinhos.
Ainda estamos no mundo e,
mesmo que tenhamos de reconstruí-lo
a partir de escombros, algo belo e radiante,
certamente garantirá a vida: a compaixão!
Realmente não estamos sozinhos.
Portanto, faça a sua parte, faça igual;
retribua, estenda a mão para entregar.
Perceberás que te oferecerão amor,
a final ele é a moeda da sobrevivência.
Amor com amor se paga.
Porto Alegre 30/10/20
José Carlos de Oliveira