STORMY WHEATHER

Ah, meu amor, como chove no meu coração!!!

bate legal, o bichinho, o tempo todo, fagueiro...

A bomba balança com ênfase menina,

e se entrega à sua obra todinha, por inteiro,

como se não soubesse que o tempo malvado

segue sempre a mesma rotina –


Mas é que meu coração descacetado

não pode parar. Seu destino, sua sina

é ser como a chuvarada que agorinha aqui despenca:

splash! swishhhh... ka-boom!!! junto co'o ventoleste bravio

chegado lá da Libéria ou dos lados do Senegal

(que parar a bomba é rabuda, bro, é tragédia,

é uma fria total).


E lá vai ela, batendo "tu-tutum, tu-tutum", a bombinha,

a cada dia e cada noite, toda noite e todo dia,

e nem se toca que já tem idade, tá passadinha,

mas continua, feliz da vida!, cantando alegre

pra ti, no meio da chuva e da ventania:


"Pega a tua bike amarela, Dear Queen,

pedala aqui pra casa, vem te ensopar comigo,

deixa de dengo, vem viver no risco,

my dear querida, te esbaldar no meu perigo..."


E lá vai ele, meu coração despudorado,

todo alegrinho, o coitado, e sua boba serenata:

"Ah, amore mio, rainha da minha vida,

vem curtir o dilúvio com teu el-rey,

mistura já teu ouro puro,

mistura co'a minha prata...


E não te olvides nem duvides,

que cantarei e de novo cantarei pra ti, tresloucado,

a minha sonatinha de paixão recheada, e de pecado,

ó minha bela adormecida, ó mulherzinha da minha vida,

cos' I still love yuh, & pra sempre te amarei!"


"E mesmo quando tudo estiver por um fio,

e eu me flagrar bem no fim do meu pavio,

ainda uma última vez, na minha despedida,

berrarei com força meu amor por ti,

rubia moleca dos olhos verdes,

minha menina querida!"