Dentre quatro paredes, tilinto...
O inverno se impõe, o frio é arrogante.
Minha alma está aflita, soluça diante
Dos espasmos do corpo ao sabor do vinho tinto.
Arrepios me congelam... Estou neve
Perante o espelho carrancudo que me assiste...
Tremo. Na voz embargada não há palpite,
Só a frigidez do tempo que não é leve.
Geada rabugenta arrebenta minha mente
E traz a aspereza que trota intermitente,
Deixando no olhar um codo de selvageria...
Granizos. Algidez me deixa a pele sem cor
E a alma, alucinante, é volúpia de cio e amor
Diante da nevasca que traça e desenha fantasia!
DE Ivan de Oliveira Melo