Canto porque o instante insiste,
Calo porque o tempo é bactéria
Que enferma os corpos e adultera
A semântica do irreal, da imundície.
Falo porque o momento reclama,
Silencio porque a hora é um parasita
Que se instala no espaço da palafita
E destrói o lirismo que fenece na lama.
Durmo porque a música confabula
Com receitas de remédios sem bula
E uma loucura se agiganta no pódio...
Desperto porque suborno minha alma
E atiro contra os vilões que não acalmam
A sensibilidade que é vida e episódio!
DE Ivan de Oliveira Melo