Geração Desperdiçada

A infelicidade é o mal do milênio
Mas não é nenhum neologismo
Não precisa ser um gênio
Para conhecer o abismo
Varia um fim mais azedo
Que o de Alvares de Azevedo
O abismo é uma herança
Um cismo de tormento
Não se retira com fiança
Pois está no testamento
No novo e no velho, evitando o sol
Um novilho se precipitando ao Sheol
O abismo é sem cura
E se ninguém acudir
Ele te sacudirá a loucura
Nem se pode medir
O abismo requer remédios
Não réquiens e dedos médios
Desdenhando tapas e amaços
Desenhando mapas nos braços
Só lhe dando uma falsa impressão
Solidão? Parça, isso se chama depressão!
Exige profissionais nunca sendo ambíguo
É o que eu professo, não um ideal exíguo 
Vê que alguém te ama e a veia ainda pulsa
Se precisar de ideia, grite que eu te ajudo
Se a carapuça serve, cara, não a vista como escudo!
Invista em si mesmo, não viva a esmo
Nunca vai ser fácil, mas te diverte
Não é "inácio", muito menos inerte
A culpa é facultativa
Mas só é sua se há alternativa
Achar sentido é uma escolha
Espero que tenha entendido bem
Plante esmero, venha e colha também!
Agora isto grave
Seu cisco é trave
Faça do rasbisco um traço
Daquela traça ali, um paço
E tome o primeiro passo!

E para as fezes
Que fazem tabu as vezes
Não acredito no que li
Quebram "tábuas" na recolta
Parafraseio Bruce Lee:
"Tábuas não batem de volta!"
Você me soca de forma árdua
E quebra a própria espádua!