Não permitirei que me pereçam o amor e os doces encantos,
Porque tudo poderei dar mesmo que a fadiga me domine.
Não obstante, na ausência da inspiração e do calor,
A imagem das estrelas será um canto de devoção em que
A voz do metafísico estão sussurrará em meus tímpanos
As palavras de sofreguidão que meu corpo anseia ouvir.
Não vivenciarei loucuras, pois a vida é deveras abençoada
E o perfume do passado ficará guardado a sete chaves
Como o mais secreto desejo d’alma... Enxurrada de amor!
Eu guardarei lembranças... Meu presente é o futuro promissor
Em que cada madrugada desabrocharão tênues sintomas
Das flores colhidas no solo da minha consciência... Sempre Verão!
Porém, nas noites frias, minha face terá o olfato dos beijos
Que a névoa apaixonada deixará encravada em minha pele.
Tudo é mistério em derredor da alfazema que cobre o mundo...
Não haverá silêncio oco, pois palavras etéreas rimbombarão
Em meus ouvidos e a solidão terá dos mares, procelas de carinho.
Jamais estarei só, nem saudade para curtir, porquanto no uivo dos ventos
Viajarei qual pássaro que ultrapassa os obstáculos da eternidade
E, no infinito de todas as essências, serei o átomo da concórdia
E de uma felicidade que se resume simplesmente em viver!
DE Ivan de Oliveira Melo