Não me chamem xingondo
Também sou povo
Deste mesmo chão, pátria amada
As pedras que constroem o teu dia-a-dia
As flores que brotam em teu sorriso Índico
Também reflectem em meu corpo negro
Não me chamem xingondo
Eu não sou xingondo
Nasci destes mesmos colos pretos a carvão
Sofro destes mesmos xipocos
Que escravizam o teu espírito
E condenam o teu futuro aos poucos
Não me chamem xingondo
Também pertenço aos milhões de braços numa só força
Desta pátria amada que a pobreza vamos vencendo
Deste chão também me orgulho maningue
Embrulhado nesta moçambicanidade
Sou filho desta terra que me distingue
Eu não sou xingondo