SEM-VERGONHICE

 

Aos imbecis, ofereço um copo de cerveja.

Aos miseráveis, cedo um gole de cachaça.

A mim, deserdado, bebo doce conhaque

E, aos políticos, forneço café sem açúcar.

 

Os idiotas sorvem da bebida, o alimento.

Os otários, embriagados, dormem com fome.

Eu, desamparado, tenho desnuda a consciência

E, quem é politiqueiro, caça do povo, as moedas...

 

Vive-se num sertão em plena cidade grande.

Nos bares das esquinas fantoches se divertem

E se esquecem de que a vida é mar de espinhos...

 

Trabalhar para beber... Comer para gritar

Diante de uma assembleia que vibra derrotas

E, assim, consumidores habitam berços esplêndidos!

 

 

DE Ivan de Oliveira Melo