Quatro anos sem inverno no Sertão,
Pondo à prova o caboclo que é forte,
E a chuva que mal molhava o chão,
Lá se ia, nos jogando à cruel sorte!
Nós imploramos a Deus, até perdão,
Para Ele nos livrar da incauta morte
Que assola no Nordeste a plantação
E os seres viventes: um passaporte
Para que tenhamos um bom inverno,
E, que vivamos em paz aqui na terra
Em que nascemos, um berço eterno!
Ele, logo, observou, jamais emperra,
Mandou chuva a granel, Ele é terno,
E o nosso infortúnio aqui se encerra!
Autor: José Rosendo
(11/03/16)