Prego um rio na parede e o vejo chorar peixes
que nadam no tapete,
cospe lascas de madeira,
se engasga e morre
como água esquecida...
Apanho uma estrela e a penduro no pescoço da lua,
que saltita, desce com seus raios e banha
o rio seco outrora pendurado na parede...
Abro uma porta na casa da noite
e entro como fosse um astronauta branco e invisível,
domino as sombras, amarro-as em feixes,
chamo as bruxas que voam ao redor de quem sonha,
ergo a fogueira e queimo homens que salgam a boca com o mal,
limpo o azulejo ainda manchado com a última gota
do rio que ainda escorre na parede...