Eu não fui cavar no tempo o brilho esquecido
Cortejar flores que se embrunham ao luar
Não despejei meus olhar convicto
Em paisagem pobre de semear
Foi pelo eterno, em nome do impalpável
Que toquei o peito com suas feridas
Em nome do ardor inconsolável
Para reavivar o perecido em outras vidas
Não me ocultei, não me revelei
Mostrei meu amor como identidade
Se falhei quando sorri, nada reverenciei
Mas chorei por nada ao dizer a verdade
Só não me orgulho de ter deixado
Para o início da vigília o vôo profundo
Tapei buracos no vento desbotado
Não era o tempo do etéreo em meu mundo
Sonhei com os olhos cerrados,
Raciocinei com os olhos pro alto
Fitando o incerto com sorrisos acabrunhados
Volvendo ao início, refazendo-me num salto
Tantas paragens receberam minha paz
Quando sustentei angústia, sem deixar fugir
Esperança no murmúrio que deixei escapar
Soube, então, como se aprende a não mentir
E agora, que nem o derradeiro momento se cogita
Permeio o pensamento de paz, a serenar
Querendo amar pelo eterno, em nome do que se precipita
Podendo dizer acabou o medo, é tempo de remediar...