DE BARRO E ÁGUA SALOBRA

Fiz uma poesia que mais parece uma tapera,

de barro e água salobra, sapê por cima que encerra

a construção deste poema à base de improviso,

pra me acordar de manhã da serpente um guizo...

 

Por cada fresta uma estrela entra,

pede licença, sorri, se senta,

come do que como,

chora do que choro,

bebe do que tomo,

cachaça, água e cloro...

 

Dos versos que faço com o barro amassado

o que mais bonito fica

é o que esculpo feito um jarro

onde ponho o vinho da consagração,

na mesa de quatro paus e uma folha de bananeira

o récem saído do forno, de trigo, o pão...

 

A cama voa no espaço,

voa de légua em légua a visitar cada planeta,

até que adormeço nos braços

de Vênus pensando que fosse minha Julieta...