Trilogia Sentimental


POEMA I -

DETALHE ÍNTIMO

Sou voz quando choro
Sou giz quando deixo marcas
Sou água nos telhados
em dias de folhas mortas
Sou também escultura
quando a pele veste meu íntimo

Quero somente a paz
do sono inocente
Sentir semelhanças 
com pássaros
Conduzir trilhas 
em meus vãos

Sou pássaro quando o íntimo
faz trilhas

Sou folha morta 
nos telhados

A inocência é apenas 
giz no choro

A escultura é vão solitário
na pele que -
deixa marcas

A paz traveste a pele -
branca semelhança
com a luz, e na ousadia
de ser quem sou
adormeço