POEMA I -
DETALHE ÍNTIMO
Sou voz quando choro
Sou giz quando deixo marcas
Sou água nos telhados
em dias de folhas mortas
Sou também escultura
quando a pele veste meu íntimo
Quero somente a paz
do sono inocente
Sentir semelhanças
com pássaros
Conduzir trilhas
em meus vãos
Sou pássaro quando o íntimo
faz trilhas
Sou folha morta
nos telhados
A inocência é apenas
giz no choro
A escultura é vão solitário
na pele que -
deixa marcas
A paz traveste a pele -
branca semelhança
com a luz, e na ousadia
de ser quem sou
adormeço