Estrada Solitária

E então o meu caminho continua
Dia após dia, sem nem como respirar;
Nada ao meu redor, nada além de minha cabeça
Nada abaixo de mim ou fazendo companhia à minha sombra.
Inunda-me de medo não saber o que me espera a alguns metros
Ou o que de tamanha importância deixei por descuido escapar.

Meus sonhos são como noites sem estrelas
Escuros, frios, solitários e mórbidos.
Uma miríade de vozes atormentadas preenchem o ar
Querendo se libertar de uma maldição que nem eu mesmo conheço,
Originadas de um terror que não ouso a imaginar.

Minhas vontades, desejos e paixões
São como um espelho quebrado
Doem ao toque, e sangram, sangram
A esperança murcha, o viés da vida se esvai
No inóspito da noite, virtudes se revelam congeladas.