FÚRIA QUE NUNCA CESSA

Quantas vezes quis saber como era o amor,

se viria pela estrada trazendo nas mãos a flor,

se me diria em poemas o que na vida vale a pena,

se abriria as comportas do coração de um jeito doce, 

apenas...

 

Agora que o tempo correu e foi embora,

que as janelas estão vazias de olhares,

retratos espalhados, canções de outrora,

saio do remanso e procuro mares

que me levem ao que a passar demora,

a fúria do amor que nunca cessa,

que busca corações solitários

e que de amar tem pressa...

 

Quantas vezes tive em meus braços o caos,

que separava ideias de atos inconsúteis,

a distância entre todo o bem e o mal

se findava em sonhos inúteis...

 

Venha, guerra sem perdedor,

que me assole e me chame a batalhas

em que o prêmio maior é sangue e tua flor...