Há campos à frente para revolver a terra,
bem lá distante,atrás do meu cansaço,me volto o olhar
para ver o trabalho que ficou...meu arado sulca a terra e
também as forças dos meus braços,pois devo continuar a ferir
a terra para o futuro da colheita.
Sou aquele que trabalha o campo,sonhador de sonhos
possíveis e onde uns ainda insisto que se realizem,pois cavo
e ferindo a terra,éis um dia de nela descançar e dai brotar esperanças.
No poente abaixo dos meu olhos embrutecido de poeiras,há restias do sol dourado de tardes amareladas e sombrias
e ao norte de minha cabeça ,ainda desponta o brilho de muitas estrelas plantadas na vastidão
do universo.
A brisa do final da tarde, vem sem pudor lamber suavemente o suor do meu
cansaço,e não posso olhar para trás,porque há medos
e lembranças com suas raízes à mostra nas fendas rasas da consciẽncia e
não posso temer o passado,nem o presente,mas não posso sustentar
sonhos de um futuro que não existe.
Há restos de frases mal feitas e infelizes nos dizeres,como ervas
daninhas elas nos consomem a consciência do perdão,uma vez ditas
não há voltas para possíveis arrependimentos
Viver é um castigo dos homens,a vida é esse castigo efêmero,a vida
é efêmera pois é curta nos seus cem anos,e cem anos de vida é cem dias
de nada e ficamos sem entender a própria vida que castiga os homens
no seu trabalho.
Das sementes que nesses campos da vida lancei,umas se disciparam
no vento,outras germinaram na terra fértil e brotar é parte da felicidade
e continuação da nossa própria história em curso
Labor...éis o castigo dos homens na roda da história e de sua
existencia no mundo.