Há olhares em lugar nenhum.
Há horários para tempos ausentes,e esses minutos
de solidão,me escraviza a alma no girar dos ponteiros
próximo ao pulso delirante de minha vida e só.
As folhas de outono caíram em todos os nossos caminhos;
caminhos estes que passeamos e vivemos juntos um dia,e todas essas folhas
secas e melancólicas sob o sol das tardes frias,forraram as nossas vidas em duetos,
ora tristes,mas em outras, cheias de uma felicidade intensa e colorida, folhas essas
secas que nem assim as revivo mais, regadas a essas lágrimas de saudades tuas.
As árvores floreceram na primavera,e os frutos de todos os sabores me
lembram tua pele aveludada,adocicada e macia que outrora degustei em noite
de amor no tatear de minha língua... pois éramos dois,numa só carne,numa só alma,num sentimento só.
As chuvas de dezembro cessaram-se nas colinas distantes,as árvores
estão nuas e sem pudores por toda a cidade triste, parindo seus frutos e suas flores perfumadas pelas ruas molhadas e cinzentas
ditam poesias tristes ao som do vento entre teus galhos.
Os relógios continuam girando e como um lamento,as horas infinitas me padece a
alma ,eu continuo a olhar o final da rua pela porta aberta,
meu Deus,na sala de estar ,continuao esperando alguém que sei que
nunca vai chegar...alguém,ninguém...mas quem?
Todas as canções são marchas fúnebres aos meus ouvidos,porque são para mim e para essa minha dor,
em dó maior vou lembrando o passado de nós dois... como
dói sem você aqui,como dói pensar na tua ausência,como dói
saber que nem as folhas,nem os frutos ,nem as chuvas
serão com foi em nosso tempo de amor pois...nem você e nem a árvore
de nossa rua...existem mais.