Oro
porque não sei matar e nem quero aprender...
Coro
porque sei sorver a castidade
do botão da rosa
e dela sei sorver
o néctar
estável:
o prazer é para o homem
e isso é uma verdade provável...
Choro
porque imito o rio...
Gemo
porque aceito o abraço do frio...
Ambas são coisas acontecentes
acontecem comigo
porque sou gente
ente:
mente
quem diz que não...
Escrevo
porque aceito o jogo
de ganhar o que perco
de novo
porque cada palavra
é de si o mesmo ovo
o mesmo choque
no nervo...