Sinto a liberdade, surge o fôlego perdido,
Ergue-se nas espuma do oceano
O suspiro das águas silenciadas,
Que trazem clareza ao frágil peito.
O pensamento esvazia com o doce sopro
Que lava a alma, com a lucidez da palavra.
A qual revitaliza apenas com o mar,
Apenas se ergue com a liberdade perdida.
Mais forte? Talvez... Com coragem? Quem sabe?
Apenas livre, solta, mais desperta na escuridão.
Sem o peso da alma, sem angustia.
Apenas serei eu, apenas fica o eu, talvez mais sonhador.
Porque a doçura do oceano tudo levou,
Roubou juntamente com o areal, as minhas emoções.
A tristeza diluiu-se como o sal na doçura das águas,
Cristalizou nas profundezas do oceano.
Que importa o que ficou?
Prometo voltar e olhar-te nos olhos
Verás que a dureza do olhar se fortaleceu,
A tristeza naufragou, e emergiu a esperança.
Grata por limpares o peso que trago em meu peito,
Grata por me aceitares em teus braços,
Que apesar da sua fragilidade me sufocam,
Porque sim, é por eles que aguardo.
Serei feliz por te pertencer eternamente,
Mas tu serás apenas uma parte de mim.
Farás erguer-me das cinzas do inferno
Que se dissipam na espuma do oceano.
Liliana Rosa