Amargura, pranto de minh’alma em tormenta,
Séquito fúnebre de uma felicidade que morreu;
Aleivosa existência de uma ventura tão sedenta,
Por amor a uma mulher que jamais aconteceu.
Calvário maldito que conduz à cruciante solidão,
Desce ao sepulcro os líbitos de um enamorado;
Meus olhos lagrimados revestem todo coração,
Das agruras em constância de um desventurado.
Açoites impiedosos, súplicas do meu sentimento,
Na pretensão sublime em sempre querer amar;
Sentencia o destino seu implacável sofrimento,
Ao mais frágil sonhador que não para de chorar.
Soma de quimeras sepultadas no esquecimento,
Infausto evento de um agro trovador a versificar.
Versos doridos que se perderam no firmamento,
Por esta deusa que, em nequícia, me fez amargar.
Rivadávia Leite