O menino de olhos tristes, descalçou os sapatos,
Rasgou os contratos e partiu.
Foi colecionar estrelas.
Algumas delas deslizaram do escuro
E ofereceram-se encantadas;
Outras, lívidas de espanto,
Ficaram acuadas sem se entregar,
Pois o menino de olhos tristes
Destelhara os segredos da noite e dominará os decretos do mar.
Ao perceber-se abarrotado de estrelas,
O menino içou as velas e voltou.
Mas, surpreso, constatou que sua coleção tinha debandado
E retornado a seu próprio território.
Ele olhou o céu novamente estrelado e dormiu agradecido.
O menino de olhos tristes tinha aprendido a beijar a vida e abraçar o transitório!