Quebra-se o galho seco na passada apressada
Empoeiradas passagens entre porteiras e raízes
Matizes de madeira
Onde o viver não é brincadeira
No chão de minha gente
Proteja o corpo ofendido de seu tempo de labor ao sol
Lençol guardado com poeira encarnada
Enxada na terra
Pra esquecer a colheita modesta de fibras e montes de pedras
Beba do copo compartilhado aplacando a insaciada sede
Rede de solidariedade entre longínquas casas de pau a pique
Acredite em gestos elevados
Onde existem os acolhimentos abnegados
Na terra de minha gente
Espere na sombra do meio-dia a hora de recomeçar
Traçar o íntimo desejado na realidade do momento
Vento seco na face curtida
Para curar nas mãos e na alma as suas imensas feridas
Leve os olhos amarelados para a imagem do seu pensamento
Lento progredir nas cercanias com suas veredas sem cor
Dispor da persistência diária
Onde a caminhada no pó que pisas é necessária
No solo de minha gente
Supra as crias com a esperança contumaz que lhe é apropriada
Estrada de barro a galgar de sua seca moradia
Rebeldia dos impacientes
Para buscar a vida que guardaram para ti num lugar diferente