O que há de concreto ao meu redor?
Paredes indeléveis,
promessas ao vento,
lágrimas tingidas no tempo.
O exausto cotidiano tão deflagrante
consome meus ardis inconsequêntes
visando o belo, o artificial
sendo um ser intransigente.
Apenas contemplo-te de maneira insandecida
na mediocridade de um desejo ardente
como um fugitivo implorando pela vida
dum prazer louco, impertinente.
A luz que foge dos teus olhos
é a mesma que me guia nessa estrada
quanto mais me escondo, quebro todos meus ossos
para dizer-te, na verdade, és minha amada.