Vejo-te, ainda, apesar da distância e do tempo, linda...
Meiguice, beleza e mistério fazem, apesar do distante o próximo
Na viagem universal, onde nuvens condensadas se dissipam
E onde me movo no presente, a vislumbrar imagens do passado
O que poderíeis a mim oferecer?
"Pouco" já teria sido o esplendor, em teu simples gostar
Por isso, a música que ouves agora e te faz chorar
É a melodia que ao poeta te liga, colocando-te num cenário
entre poetisa e musa
Ouço-te na batida do coração em descompasso
Sinto-te na compreensão das vírgulas e interrogações
Experimento-te no silêncio da volúpia avassaladora
Liberto-te do medo que aniquila e inerte põe a alma
Eis-me aqui... pra te ouvir, entender, compreender...
Ainda que eu seja ou para ti me transforme
Apenas no ouvido pelo qual a ânsia do teu pensamento
aprisionado escape, livre, no tempo e no espaço...
E ainda que disso, afinal, nada me reste...