Se nós conseguíssemos conversar um pouco...
E todo orgulho fosso colocado de lado...
E todos os poderes por uns momentos não fossem usados...
E todas as armas fossem desarmadas... Estaríamos em uma trégua...
Começaríamos pensando de onde viemos... Da terra...
E como suportamos nossa infância... Éramos carentes...
Nossa essência era a obediência... E nossa alegria era a honestidade...
Dinheiro nunca tivemos... E éramos felizes...
Nossa devoção, nosso amor somente ao criador...
Nossa vida uma era uma promessa... Sublime em dádivas...
Nosso espelho refletia luz em forma de anjo...
De nossa boca só palavras que enalteciam... Oferecia vida aos desanimados...
Mas hoje, o maldito dinheiro... Que não temos mais que os outros...
Que nos faz escravos das horas mortas... E nos tiram a água e junto o sal...
Tiram-nos o sossego... Junto às noites de sono...
E sempre exigindo muito mais... A escuridão já não assusta...