Sou a enxurrada que tudo leva,
Faço estragos, trago o horror.
Não sou a luz sou a treva,
Da roseira sou o espinho não a flor.
Sou o temor, o medo da morte,
De ninguém sou amigo, causo pavor.
Represento o azar, o oposto da sorte,
Aonde chego é só sofrimento e dor.
Eu sou a calamidade, eu sou ruim,
Sou a tempestade que assola,
Faço o mais forte tremer diante de mim
À minha frente, até pedra rola.
Eu sou assim, não posso ser diferente,
Sou parte ativa da natureza
Não posso ser considerada inconsequente
E nem condenada por minha frieza.