Barulhento

Dos calados perduráveis,
que são agora meus pensamentos?
Divago sempre por entre um cenário ruidoso
agitado e escuro
repleto de fervorosos tumultos
que não cessam, não desligam, não descansam. 
e não me deixam dormir, e não me deixam comer,
e não me deixam sorrir. 
Não um sorriso casual, aqueles que concedo aos amigos
de forma sincera, mas superficial. 
Ao que me refiro da alma, que habita os olhos 
e transforma os homens em nobres criaturas.
E dela, a tão procurada e tão comentada felicidade, 
tem alguém ouvido falar? 
Sabe-se que está por entre as brisas matinais
ou no tilintar da chuva ao telhado, que tanto comove. 
Nas árvores que encontro por aí, e no cheiro do café. 
Mas minha pobre e “inconfortada” mente trabalha
e se perde e martela e dói. 
E não me traz paz, e já não sabe o que quer
ou já não sabe o que faz.
E porque tanto medo?
Meu apego não me desapega. 
Meu apego é meu carma, e minha missão.
Desapegar, é preciso. E quando longe ele estiver, 
seguro de não voltar, 
Mando com ele a preocupação. 
E então ela vai chegar silenciosa, de forma macia, 
afável, 
Melíflua felicidade.