FALSA INDIFERENÇA - Soneto

  

Ainda que a distância entre nós permaneça
Ainda que a saudade aperte meu peito sofrido
Esta noite vou dormir sereno, pois percebi,
No fundo dos teus olhos o amor adormecido

E tu fingindo com o olhar lânguido e distante
Mentirosa indiferença ao que meu olhar dizia,,
Procuravas esconder teu pensamento errante,
Mas sem poder evitar que a mim te conduzia

O verdadeiro amor nunca morre, adormece
E ao despertar descobre-se perdido no vazio
Se não encontra a outra metade não esquece


Transforma-se em inquietação e num desvio
Vem aos olhos mesmo dissimulado aparece
E cresce, como surge no horizonte um navio