E PELA NOITE DENTRO
E pela noite dentro,
quando o silêncio mais me fere o ser,
procuro a Quem me atenda,
na fé duma certeza
a que me leva enfim meu pensamento.
Serão feitos de angústia,
por esta noite escura,
os nomes que terei para dizer
a Quem firme procuro
quando sinto a esperança a esvanecer-se.
Mas sei que algum conforto
há-de ser dado ao sangue do meu corpo
e aos tremores da alma,
pois pouco a pouco a noite muda a cor
e ouço de Quem procuro o timbre das palavras.
António Salvado in
NA TUA MÃO DIREITA, Sirgo, 2013.
António Salvado
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