Nesta tela em branco da vida e que, continua em branco,

Não sei nada, não sinto nada, não almejo nada e é tudo nada...

Então eu galguei degrau por degrau cansativamente da escada

E cheguei a uma câmara niilista onde me tranquei e me tranco.

 

Um dia eu percebi que não tinha sentimentos; foi um arranco.

Mesmo as fantasias não se assemelhavam a um conto de fada

E a realidade era insuficiente e chata, novela ultrapassada,

Mas sem final feliz. Onde o protagonista mancava e continua manco.

 

E eu sempre fui assim: Vazio. (Nem amor e nem fúria).

Arrastei-me e o que cultivei sentimentalmente morreu em incúria...

No final, meu conformismo quanto a isto foi tão revelador...

 

Eu não nasci para este mundo. Eu não nasci para este tempo.

Eu não nasci para meditar, mas em mim mesmo me contemplo

E não vejo nada, ninguém e o caminho a percorrer também é desolador.