Com a fome roendo a barriga
As tripas rosnando ao nada,
Sem pipa pra pôr no céu
Sem céu pra pôr seu sol,
Descalço tateia o áspero asfalto
E não vê diferença com o homem.
Pedindo moedas, alegando fome,
O menino asfalta a sola do pé
E urbaniza seu coração sem pipa.  

Praciano
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