Existem oceanos tão profundos em cada espírito inquieto.

Perfume de maresias místicas, horizontes cheios de brumas.

Mares cristalinos de sereias e tritões, de ondeantes espumas

Onde nos deparamos com nós mesmos, com o nosso secreto.

 

Águas transparentes onde enxergamos o tempo tão repleto.

Onde a tranquilidade e inércia da morte estão... Fumas

O vapor da própria essência, ó alma! Enxergues e consumas

Toda a partícula do que és, aceites a ti mesma sob teu teto...

 

Como um espectro sempre presente, vagueando em vermelho,

Sinto a mim mesmo fora de mim quando observo o espelho

E não me compreendo... Vejo um outro eu segurando um cetro...

 

Um eu que é igual a mim, mas tão diferente; um negro espectro...

E é como um espectro sempre presente, vagueando em vermelho,

Quando sinto a mim mesmo fora de mim ao observar o espelho...