Naquele sitio pequeno
Morava eu no ranchinho,
Na beira do rio Cantú
Tinha minha plantação,
Naquele ermo de sertão,
Sem ter nenhum vizinho.
Toda noite e todo dia
Sonhava com a guria
 
Pra chegar ate ali,
Só tinha uma estrada
Na verdade um picadão
Era o fim da picada
Recebi como herança
Um belo e velho violão
Quando pego neste pinho
Choro e canto sozinho
A voz ecoa na imensidão
 
As vezes quando acordo
No surgir da madrugada
Faço minha oração
Pra minha proteção
e pra guria prendada
Será minha companhia
Vai me trazer alegria 
e me dar uma filharada
 
quando tive na cidade
conheci essa guria
se apaixonou por mim
me prometeu companhia
prometeu casar comigo
na festa de Santa Luzia
Enquanto este dia não chega
Vou ficando aqui na solidão
Só tenho ela agora
Em minha imaginação
Tenho como companheiro
Meu belo e velho violão
 
Esta linda guria
Já veio me visitar
Gostou do rancho
E deste lindo lugar
Entre beijos e abraços
Disse sem embaraço
Que não vê a hora
Da gente se casar
 
Espero chegar logo
O dia de Santa Luzia
É quando me casarei
Com minha amada guria
Espantarei esta tristeza
Ficarei com certeza
Feliz a todo dia

 

Dul Victor
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