Acordou bem cedinho, seguiu pela estradinha que margeava o pequeno córrego, sentia o cheiro do jasmim que ainda encontrava-se florido, sentia em seu rosto o vento e o sol quente do fim da primavera, logo chegaria o verão. Sentou-se a sombra de uma arvore pequena, talvez fosse uma amoreira, ou talvez fosse uma arvore qualquer, não importa. O cenário conspirava em seu quase silencio, podia se ouvir o sussurro das folhas das palmeiras agitadas pelo vento. Maria então se levanta coloca uma pequena flor nos cabelos. Maria é uma bela mulher, é a flor mais linda, é a perfeição, é a Maria, é a linda Maria. Caminha até um pequeno poço formado pelo córrego singelo, banha-se despida, refresca-se, sente-se amada, as gotas d’água percorrem seu corpo perfeito como mãos de um amante enlouquecido, de olhos fechados sonha com o seu único amor, sublima a dor que fere seu sofrido coração. De súbito desperta, veste-se rapidamente e volta ligeiro pra casa. Não se deu conta, a noite acabará de chegar... Alguém bate à porta, aceleram-se as batidas do seu coração...

Cesar Garcez
© Todos os direitos reservados