Paraíso?

Ah que noite ao dia, que sonho, que bela agonia
Lentamente enxergo teu rosto , luminoso
E logo me vem a memória , assim não fosse o  que seria?
Me derramo como um cão manhoso
Tudo que espero não é o que eu merecia, uma busca tardia
 
Sabe, não posso questionar, reclamar tão pouco  é direito
Gostei sem querer gostar, esperei por tudo
Amei sem saber amar e agora me resta este preceito
Por mais que eu possa esperar
Nada terei do meu jeito
E ainda que possa mudar
Serei sempre o mesmo sujeito
 
O que queres em mim melhorar
Que não aceita nenhum dos meus feitos?
Teria eu que cantar
Notas afinadas do seu jeito?
Por que não me podes amar
Com todos os meus erros e trejeitos?
Precisas  tu cancelar
A viva alma deste pobre mancebo?
 
Nada mais a declarar
Falei , falei mas não creio
Na leitura nem no pensar
Em metade deste enleio.