Solitário andarilho,
Que tristeza é esta
Que tem sido tua companheira
Há tanto tempo?
Em silêncio guardas,
Escondido em teu peito,
A dor do mundo
E as lágrimas do sofrimento humano...
Tem sido os anjos do Senhor
Teus preceptores de longa data!
Mesmo sem vê-los
Sente-os,
E a eles se funde.
Por onde teus onde teus pés pisam
Falanges angelicais guardam,
Entoando orações
Pelos teus caminhos
E percursos...
No cair da noite eterna,
Teus olhos,
Os delatores,
Luzem o brilho que conténs...
Faróis noturnos
Sinalizadores da esperança
No imutável e atemporal
Para todo aquele que crê.
Diga-me então,
Homem transcendental,
Sem persona,
Apolar,
Príncipe Ígneo,
Nascido do fogo,
Diga-me,
Mesmo que em murmúrios
Aos pés do ouvido
De onde vem esta fé inabalável?
Quem é teu mantenedor?
Este vínculo com o eterno
Que o sustenta...
Quem és andarilho solitário?
Quem és?
Aonde eu te encontro em mim?
Clarice Ferreira
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