Cai a noite, findando mais um dia.
Nos ninhos, silenciam as passaradas,
Nos montes, uivos de agonia,
Nos versos, linhas mal traçadas...
Cai a chuva, do céu que triste chora.
O lindo dia sempre se transfigura,
Plena primavera e uma margarida escura,
E várias angústias na vida afora...
Dia de primavera, flores que brotam,
As crianças suspiram, os pais se namoram.
Ao cair d'uma noite, a tristeza remota,
D'um tempo que passa, nunca que volta.
Devaneios da noite, manto negro de estrelas,
Acoberta o horto, da primavera dos meus,
Esses sonhos em rosas, ainda que negras,
Permitem vislumbrar os fascínios de Deus!
No silêncio noturno, a espera demora:
No descanso do corpo, passeios da alma,
No findar da odisséia, aguarda-se calma,
No final desta noite o anúncio da aurora!
Igor Camilo Estrada
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