MÃOS VIVIDAS
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Lembro-me quando elogiavam
minhas suaves mãos.
Chamavam-nas de plumas de
algodão, por serem branquinhas
e macias. Até de mãos de princesa
foram intituladas.
Hoje, provavelmente, os que outrora
a viram, não mais a elogiariam assim.
Quando percebi que elas haviam
mudado, à princípio, entristeci-me.
Posteriormente, passei a orgulhar-me
delas como nem mesmo antes ocorria.
Hoje sei que elas são mãos da
experiência adquirida no tempo,
da força, da vida, até de modesta
sabedoria. São mãos marcadas,
amadas, vividas.
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Cléo Anselmo

Cléo Anselmo
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