Arauto de si, da própria insegurança e do cerco da incerteza, Elisa Maria nos brinda com um texto que não fala por ele, apenas ela se auto diz e confessa isso, incorporando-o. Intensa, crepuscular e sanguínea: como uma sacerdotiza de anjos e querubins virtuais, plama e nos emerge num mundo lúdico que encanta, no qual não podemos fugir. Prisioneiros que somos de suas palavras de múltiplos sentidos, vicerais e ardentes.
Procura como mesmo diz, o caminho da luz de forma quase em prece " Hemigweyana" em "The dangerous Summer", enveredando a seguir por uma concepção de niilismo, ao escrever em declamação " para fora da tormenta a sonhar e a sorrir com medo de escorregar", em um profundo reducionismo.
Acena-nos finalmente com um apelo de ajuda irresistível, pelo peso do ser complexo que se torna, numa fração de um cântico sacro de Bach. Pleno enlevo. Nos soa como coro de canto gregoriano . . . "Anjo . . . Com medo de cair"
Bravíssimo Elisa Maria !!!!! Apoteótico fechar de cortinas no teatro de 2011 !