ÚNICO SER VIVENTE

Abrindo meus olhos num repente
vem o susto, o medo, e eu numa condução,
mas logo me acalmo, a mesma está cheia de gente
me acalmo do susto, do medo em vão.


As janelas embaçadas não dão pra se entrever
pois o que ocorre lá fora, já é temporal,
estando todas fechadas, parece não se precisar de ar
eu noto que todos dormem, parece tudo normal.


Pensando bem eu logo noto,
que a velocidade parece não existir,
semblantes fechados e todos de olhos cerrados.


As paradas parecem poucas,
só vejo que entram, não vejo saírem,
como se fossem para um só destino
parecendo mesmo combinados.


Agora é outro susto,
esfrego meus olhos, eu quero entrever,
pois em meu quarto eu já me encontro
só que agora mais ativo.


Não estou mais no ônibus
e me eletrizo em meu ser,
pois afinal naquela viagem
de vivo eu era o único ser.