Eu lírico

Abro os olhos aos dias.
Não posso ver.
Tudo é escuridão,
Será que sou cego?
 
Minha senhora aceite esses frutos,
O que não falta é tributo.
Mas não enxergo,
Será que sou cego?
 
Imaginação é o que vejo
Escuridão permeia.
Tua pele tão macia,
Manhã, após chuva, fresca.
 
Inutilidade no meu que fazer
Buscar a Lua dentre as estrelas.
Só a brisa passageira valeria apena.
Será que sou Cego?
 
Sou um grão de areia junto ao mar
A espera que tu me carregues.
Mesmo aos montes não enxergo,
Será que sou cego?
 
Se a escuridão é morte
O sono eterno é o que resta.
No jardim da imaginação
Não há plantação.
 
Dor indescritível.
Olhar à cima,
Estender as mãos
E desconhecer o vão.
 
Será que sou cego?
No penoso vejo muito bem.
E bem saber que o Luzeiro Maior
Tem o brilho do teu sorriso.
 
E mesmo que pudesse ver
Olharia constantemente incessantemente.
Por fim perderia a visão.
Sou cego.
 
Não me torturo,
Não sofro,
Sou cego,
Por não ver ninguém além de você.
 

Amar não é se importar menos com você, porém, é dar o seu melhor a outros.

Sala - Depois de ler boas Cantigas de amor