Minuta

Quero que diga a ela
que estou à deriva
sem vela e sem rumo,
procurando a luz do farol
do fim do mundo.

Rumo sem direção
procurando enxergar
sinais escondidos
em algum lugar
que não consigo alcançar…

De repente, atraco em lugar algum
e rastejio sobre as ondas,
engolido pelas espumas de suas areias
deixando minhas marcas se apagarem
e destituindo minha história…

E finalmente, ao chegar,
desmaio e sonho (deliro) intensamente
sobre o que teria sido
se não houvesse esta minuta
para clarear a minha vitória (derrota).

Sinto-me perdido e não há sinais
de um futuro encontro,
apenas palmeiras aradas pelo vento
e uma fauna muito escassa,
para meu desespero…

A solidão, finada,
toma seus cuidados
e envolve-me como um cobertor:
aquece-me a alma
e devora meu rancor.

Os dias em que vivi
demonstrei indiferença
e a realidade, nua e crua,
nunca me alcançou
e assim, deixei-me levar pelos becos da vida

E sozinho percebo que
finalmente chego ao fim,
para brindar minhas venturas
aparecendo dissecado
e desaparecido para mim mesmo.

E tudo não passou de um sonho,

algo que não pudesse ser colocado

como uma minuta para minha lembrança

de um sonho deslocado

resistindo por um fio de esperança.

Uma pequena nota sobre um sonho muito comum.
(http://craftmind.wordpres...)

Viagem a São José dos Campos, esperando o tempo passar.