Saber que tudo é por acaso


O que de tanto declamo,

Se perto de seu coração não estou,

Esfriado por portas ocultas do seu lago calmo

Ou da brisa pura, que em minha direção voou.

 

Com cada momento delirante,

Quando uso meu passo para quebrar ruas,

Sopro por mim mesmo uma rajada uivante,

Quando ergo aos seus ouvidos belas palavras nuas.

 

Qual é o sentido de tudo, que não me armo

Com as espadas corretas, mas meu coração lhe doou,

Todo o meu espírito em um palmo

ou mais de vinte, que meu alto vento lhe encontrou.

 

Assim permaneço dentro desta canção empolgante,

Fazendo minha a sua passiva chuva,

E fico aqui, tão aqui distante,

Mas preso a ti, quando você olha para a lua.

Alexon Rocha Mendes
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