Por que clamas minha presença
E insistes em me conhecer?
Sou para ti uma estranha;
Não farei parte de teu viver.
 
O viço do meu olhar já se apagou,
Sou uma mulher fria como gelo;
Meus lábios há tempos já secaram,
Não possuem mais beleza e zelo.
 
O vigor da minha mocidade,
Meu encanto da juventude,
Não mais me fazem frente...
Sou, por fim, senectude.
 
Vai... Escolhe outro alguém,
Não sou mais capaz de amar.
Queira alguém que te aprecie,
E que queira se entregar.
 
Não posso mais - me desculpe -
Viver contigo esse amor tardio;
Não é certo iludir teu peito,
Já que no meu só resta o vazio.
 
Agradeço muito teu carinho,
Teu interesse, tua atenção;
Mas da vida já tive o que quis,
Não há mais desejo em meu coração.
  
(2008)

 

 

Mônica Gomes
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