ABSOLUTO SILÊNCIO ...

ABSOLUTO SILÊNCIO ...

ABSOLUTO SILÊNCIO

Absoluto silêncio

Sem fantasias

Pálpebras fechadas

Cessou o canto

Forte concentração

Perda do encanto

Tristeza oriunda da paixão

Lembranças magoadas

Frágil coração

Pereceram as alegrias

Os dedos sobre o rosto

Escondem o desgosto

Absoluto silêncio

Nenhum vento, a soprar

Fios de cabelos dourados

Estáticos...

Sem ar Nada a esperar

Só lembranças

Absoluto silêncio

Vazio sem fim

A dor da ferida invisível

Olhos fixos no nada

A escuridão da madrugada

Absoluto silêncio

Apenas a solidão

Razão do lamento

O fim da ilusão

A morte construída

Continua a vida

Eterna frustração

A fuga, rima perdida

O breu do momento

Tremor violento

Absoluto silêncio

Não há réus para serem julgados

Tampouco há pecados a serem perdoados

Somente sentimentos sufocados

Um “porquê” agonizante a ser crucificado

Sem razão para existir

Chave do momento: fugir

Absoluto silêncio

Olhos fechados, a tentar entender

Face alva a fingir o adormecer

O pesadelo do desagrado

O corpo a tremer...

Vem o desespero

Sujeito oculto, indecifrável...

Um vulto

Vôo instável

Precipício

Absoluto silêncio

Respiração ofegante

Ouvidos a escutar o som da noite

Que se arrasta a tropeçar nas horas

Querendo encontrar o dia...

Precisamos arrebentar o barbante

Neste mágico instante...

Absoluto silêncio

Bruma Lilás - Taís
© Todos os direitos reservados