Desde que você se foi
Restou a saudade somente
A fustigar o meu ser
Que procura extravasar
A mágoa através do pranto
E destes versos dolentes.

Você dedicou seu amor
A quem não o merecia
E o meu coração que pulsava
De entusiasmo e alegria
Hoje vive ressentido
Sofre a dor da aleivosia,
Prefere se resguardar
Evitar mais sofrimento
Tem medo de se entregar
Colher descontentamento.

Às vezes, porém, eu me pego
Pensando em amar outra vez
Recuo, sinto o dissabor
De um sonho que se desfez;
Às vezes também imagino
Que você está voltando
Envolta em devaneios...
A ilusão alimentando.

Mediante a dor da perda
Vivo eu nesse dilema
Não sei se me tranco em meu mundo
Sonhando que ouço seus passos
Ou se tento te esquecer
No aconchego de outros braços.


Lourdes Neves Cúrcio
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