Alguma lágrima caiu

Alguma lágrima caiu bem distante
É mais um pai que perde seu filho
Caido pelas mãos de um desconhecido.
Chove em todo mundo
A tempestade fere um mundo esquecido.
É mais um garoto que deixa de sorrir
Fraco atrás dos olhos ocultos
No remoto mar da fé
Que recua nas entranhas do mundo.
Em algum lugar alguém dorme
No turbilhão de uma vida sem lar.
Uma terra sem luz, alegria, nem paz
Sem socorro à dor, sem amor, sem vida.
Alguma mãe não terá mais a alegria
De ter seu filho em seu colo.
É a morte sem um paraíso
De quem foi roubado a alegria de viver.
Em algum lugar alguém gritou
E ninguém ouviu
No hálito do vento que segura
A tristeza saída do peito de um pai
Que junta suas mãos em oração.
Cheio de tristeza, confusão e ódio.
Pra quem agora pouco importa
Pouco importa morrer amanhã.

Ontem, nas ruas de Curitiba, mais um garoto foi morto pelas mãos armadas de alguém que se quer o conhecia. O que acontece com nosso país, o que acontece no nosso mundo na terra em que vivemos, parecemos selvagens tirando covardemente a vida de nossos semelhantes. Nem o mais irracional dos animais é tão mediocre como nós. Ontem mais um garoto caiu pro terra, e ninguém ligou, ninguém notou, ninguém deu importância. Onde vamos parar? Onde vamos parar? Onde? Onde?