MOMENTOS DE UMA ARVORE

 
Era um dia normal, eu estava em pé acenando para o céu 
Logo que clareou o dia, minhas folhas balançavam e aplaudia o grande véu
Ao meu redor tinha flores, tantas quantas dadas aos amores
Que paisagem sem miragem, eu via tantos esplendores
De repente minha Imensa alegria em tristeza se tornou,
Me apareceu do nada um tal de lenhador
Seu machado afiado ferramenta de trabalho, aceitaria eu meu destino
Uma mesa vou virar, numa cadeira vão me transformar, pensei no intimo.
Ser cortado não é tão ruim vou continuar servindo e  quem sabe não servirei ao rei
De repente uma dor profunda tomou conta de mim, cortaram-me em duas hastes e numa cruz me tornei.
Eu conhecia a historia, de um rei que morreria no madeiro pendurado, e o maldito madeiro seria eu.
Já não sinto prazer nenhum, já fui separado para morte do mestre que triste fim será o meu,
Uma multidão seguindo um alvoroço, soldados e carrascos que sena que desgosto, eu sobre os ombros do meigo nazareno.
Tão pesada que sou mais pesada me tornei, não podia entender porque meu peso aumentou tanto, eu sentia que eu amargava tanto quanto um veneno.
Uma arvore amiga um dia foi parar em sua carpintaria, Ele era carpinteiro! Esta arvore que por Ele foi trabalhada tão contente ficou,
Eu aqui no meu destino vou servindo a carrascos, a um povo ingrato, ao um monte de insensato pra matar o Salvador.
Ao chegar num lugar chamado caveira, minha dor só aumentou, me jogaram sobre solo, e jogaram sobre mim o meu Senhor,
Que momento dolente, sobre mim estava o mestre, suas mãos esticaram e começaram os pregas bater, perfurado pelos pregos encravados em mim, o seu sangue derramando  então pude sentir que o sangue deste  Santo fez bem até em mim
Depois que pregaram os seus pés, levantados nós dois fomos, e ao se passaram as horas eu sentia bem de perto a sua dor, eu vi o seu esforço para concluir sua missão, percebi que estava ali o peso dos pecados de toda a nação.
Vi a terra estremecer, vi o sol se apagar, vi a lua não brilhar, numa revolta pelo santo que os ímpios quiseram matar.
Ao tirarem de sobre mim o corpo do senhor, não consegui aliviar, não conseguia entender porque tinha que ser assim, ninguém veio me explicar.
Era o terceiro dia, quando a noticia se espalhou, que o meigo nazareno, que o meu peso carregou havia ressuscitado, então pude compreender, então pude  aliviar pois participei do projeto do grande Deus Jeová.
De um simples madeiro, para base de escritas e sermões
Até hoje esta mensagem de arde em muitos corações
Fui a arvore e o madeiro da Historia de Jesus
Sou o personagem oculto da mensagem da cruz.

Edilson Rodrigues
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