A ver navios

Se for o nosso desejo então que prossigamos,
Já que é o que queremos então que sigamos a diante,
Já que é impossível deixar em branco tudo isso que já rabiscamos, reescrevamos então, passemos a limpo, reboquemos, enfeitemos...

Eu não quero ficar a ver navios
Sem você
Podemos até assisti-los navegar juntos
Eu gosto de amor, eu estou onde ele estiver,
Tô dentro seja onde for, sou a favor do amor,
O negro dos teus olhos fitam-me nessa noite escura,
as luzes não estão acesas, mas o meu tesão está, latejante,
purpúreo de pecado, e pecar é tão delicioso.
Entregar-me a você é inevitável,
hoje, ontem, lá, aqui, bem longe,
onde o amor estiver, a ver navios...
Querendo-o de um querer concentrado, de quatro...
A ver navios como um consolo,
já que o amor raramente é cem por cento contentamento e
a tristeza, sem querer querendo chega...
E bota um lá, outro cá, a lamentar, a festejar, recomeçar...
Finishing, Starting...
Oi, tchau, foi um prazer.
Entra noutro lance e me toca, pra fora, da tua pele,
condicionando-me a contemplar por mais vezes
Larry e Richard, Althea e Elise, um desconsolo cru, gray.

Em casa, 01/04/05